Com o intuito de melhor compreender a situação de Teletrabalho em Angola, a MIRA realizou um survey online, auscultando trabalhadores em teletrabalho em Angola.

​

Com este survey pretendeu-se conhecer a realidade do teletrabalho, do ponto de vista dos que deixaram o local de trabalho habitual e se reorganizaram para trabalhar a partir de casa.

​

De acordo com os resultados obtidos do inquérito, aplicado a 600 indivíduos em teletrabalho em Angola, podemos concluir que a grande maioria (82%) se encontra satisfeita com esta opção de trabalhar a partir de casa, nomeadamente por terem maior flexibilidade de horário, se sentirem mais produtivos, terem menos despesas e conseguirem um maior equilíbrio entre a vida pessoal e familiar.

​

Mas nem tudo é positivo e não podemos ignorar a enumeração das dificuldades sentidas em teletrabalho, até pelo facto de apresentarem especificidades diferentes das sentidas noutros países.

​

As familias Angolanas são na sua maioria numerosas e o número de crianças nos agregados familiares é muito superior ao europeu. Mesmo os lares de segmentos com maior poder económico são quase sempre de familias alargadas e com muitas crianças . Assim, não é surpreendente que no top 5 das dificuldades sentidas seja indicada a dificuldade em conciliar a vida pessoal com o trabalho, nomeadamente estar em teletrabalho com crianças em casa.

​

Outras dificuldades indicadas, e que reflectem a nossa realidade, são as dificuldades sentidas no acesso à internet e as falhas de energia eléctrica.

 

De acordo com os resultados obtidos, e pensando no futuro, apenas 16% dos inquiridos optariam por estar sempre em teletrabalho. 64% optaria por estar alguns dias da semana em teletrabalho e os restantes dias no local de trabalho.

​

Podemos concluir que mesmo valorizando a liberdade de poder estar em teletrabalho, os inquiridos demonstram sentir falta do local de trabalho, dos colegas e da interacção com os mesmos.

​

Aparentemente, no futuro, e livres de pandemia, uma opção mista, combinando uns dias de trabalho à distância com outros no local de trabalho, poderá ser uma solução vantajosa para todos.

​

Link para a notícia no jornal O MERCADO

​